Entendemos que o acesso ao tratamento só se dará de forma ampla quando a distribuição do medicamento acontecer via SUS, e por isso movimentamos profissionais e servidores públicos para viabilizar os debates de projetos de lei. Essas discussões promovem políticas públicas de debate e fornecimento de informação a respeito do uso da cannabis para fins terapêuticos através de palestras, fóruns, simpósios, cursos de capacitação de gestores e demais atos necessários para o conhecimento geral da população, realizando parcerias público-privadas com entidades da sociedade civil e as universidades.
Argumentos:
-Grande parte dos pacientes que têm necessidade de tratamento com produtos da Cannabis são atendidos pela Rede Pública do Sistema Único de Saúde, a exemplo dos pacientes do Ambulatório de Fibromialgia AMASF, Unesc;
– Mesmo via associação, o custo para ter acesso ao medicamento para pacientes em condições financeiras vulneráveis se torna inviável;
– O aumento significativo do número de pedidos via ministério público para fornecimento de produto da cannabis é relevante e nos mostra a urgência de um projeto abrangente para dispensação via SUS;
– A diversidade de ação farmacológica da cannabis permite que um mesmo paciente tenha melhora em aspectos físicos, emocionais e cognitivos, resultando na redução da quantidade de medicamentos utilizados, como no caso do uso concomitante em idosos, como análgésicos , benzodiazepínicos, antidepressivos, opióides, neurolépticos, anti-inflamatórios, indutores do sono e medicações específicas para convulsões, Parkinson, demência e outros. Tal ação resulta na redução de efeitos adversos por politerapia medicamentosa e diminuição dos custos primários e secundários do tratamento.
– O custo médio com a medicação anticonvulsivante para pacientes epiléticos refratários é de R$ 825,00 por mês. A maioria (92%) desses pacientes faz uso de três ou mais drogas;
Pesquisas mostraram que após o uso oral de extrato de cannabis rico em CBD, 73% dos pacientes reduziram para a metade o uso de medicação anticonvulsivante tradicional. Se a metade dos pacientes epiléticos refratários do Brasil (180.000) utilizasse O óleo da cannabis seriam economizados perto de 55 milhões de Reais por mês para as famílias e o SUS em todo o país;
– Quase 80% dos epiléticos refratários se internam, em média, três vezes por ano e a maioria das internações duram de dois a três dias em UTI. Aproximadamente 73% dos pacientes epiléticos refratários, beneficiados com o uso de cannabis medicinal, reduziram em mais de 80% a necessidade de se recorrer a atendimentos de Urgência e Emergência e 53% zeraram essa necessidade. Por estimativa, podemos considerar que 252.000 epiléticos refratários dependem exclusivamente do SUS no país. Se 80% deles, interna por três dias em UTI por ano, o SUS tem que desembolsar perto de 248 milhões de Reais por ano para atender, somente com diárias em UTI, essa população. Se o óleo da cannabis rico em CBD – RETIRAR estivesse disponível no SUS, o governo economizaria, pelo menos, 131 milhões por ano somente com diárias de UTI.